“UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA” PARA QUEM?

As autoridades do MPLA, no Poder há 48 anos em Angola, voltam a prometer mais do mesmo, ou seja que continuam comprometidas na melhoria e humanização dos serviços de saúde para o bem-estar das populações, afirmou, este sábado, em Luanda, a ministra do sector, Sílvia Lutucuta.

A ministra, que falava à imprensa no final de uma visita do Presidente da República, João Lourenço, que se fez acompanhar do Presidente do MPLA (João Lourenço) e do Titular do Poder Executivo (João Lourenço) ao Hospital do Prenda para voltar a constatar o funcionamento e as obras em curso, elogiou o trabalho e empenho de muitos profissionais.

Apesar deste aspecto, segundo a ministra, também existem muitos que não prestam a devida atenção aos pacientes. Quem diria? Faltou, contudo, tempo para Sílvia Lutucuta puxar as orelhas aos governantes que também não prestam a devida atenção aos profissionais do sector.

Dai que, acrescentou, uma série de acções têm sido (des)envolvidas pelo ministério e as distintas unidades sanitárias, porque se quer – ao contrário dos auxiliares do Titular do Poder Executivo – “profissionais de saúde que se sintam parte de uma grande família de salva vidas e não o contrário, sendo que a vida humana tem grandes valor”.

O contrário da “grande família de salva vidas” quer dizer que há alguns familiares que “matam” vidas? Hum! Admitamos que foi uma espécie de “lapsus linguae”.

Para a ministra Sílvia Lutucuta, a “assistência médica é um acto de amor e compaixão e tem de se prestar muita atenção às pessoas, que muitas vezes já estão numa situação de grande vulnerável quando se dirigem aos hospitais e não se agravar ainda mais a sua situação do ponto de vista psicológico”.

Entre as acções neste domínio, fez menção ao facto de o ministério continuar a desenvolver acções de formação, a criação do gabinete do utente, a produção de uma circular sobre a tolerância zero às más práticas, entre outras medidas. Ora aí está uma medida que deveria ser aplicada ao próprio governo: tolerância zero às más práticas!

No entanto, disse também ser importante que a população seja educada no sentido de se dirigir às unidades sanitárias com respeito pelos profissionais e pelos equipamentos, uma vez que o corpo clínico de cada uma das unidades está exactamente aí para salvar vidas.

No que toca à visita do Presidente da República (que quando está doente vai sempre à filial do Hospital do Prenda em… Espanha), Sílvia Lutucuta disse que os profissionais de saúde, em especial os do Hospital do Prenda, “ficaram muito satisfeitos com a deslocação do estadista (ainda por cima na companhia, repita-se, do Presidente do MPLA e do Titular do Poder Executivo) à unidade sanitária. Um hospital de referência nacional e do nível terciário”.

A ministra salientou que esta unidade, que hoje possui uma média de 700 atendimentos por dia, desde a sua construção não contou com grandes intervenções, no que toca a obras de requalificação, daí que se encontrava já numa situação difícil.

Com isso, explicou, a direcção do próprio hospital, por sua iniciativa e com pouco recursos, começou, de forma faseada, a dar tratamento a algumas das áreas prioritárias. Nesta senda, “trouxemos o Presidente para constatar in loco a situação do Hospital e também receber orientações precisas sobre a mobilização de recursos necessários para a conclusão desta obra”.

Com 250 camas para internamento, a unidade presta assistência em domínios como traumatologia, cuidados intensivos, medicina interna, ortopedia, cirurgia geral, maxilo-facial, além de outros serviços, sendo igualmente uma grande escola para várias especialidades.

De acordo com a ministra, o Presidente João Lourenço “ficou bastante satisfeito com as iniciativas do próprio hospital, que resultaram já na reabilitação bloco operatório, que está praticamente concluído e equipado, na criação de uma nova área para os cuidados intensivos, a expansão da área de hemodiálise, que hoje funcionam 24 horas por dia, entre outras.

A ministra Sílvia Lutucuta deu ainda a conhecer que este será o primeiro hospital que vai ter uma enfermaria dedicada aos serviços de nefrologia, especialidade médica dedicada ao diagnóstico e tratamento das doenças do sistema urinário, principalmente relacionadas com os rins.

No entanto, de acordo com a responsável da pasta da saúde, os desafios ainda são grandes porque se pretende uma reabilitação geral da unidade.

Em funcionamento desde 1974, esta unidade sanitária é uma das principais referências no país, sendo que no primeiro semestre do corrente ano teve um total de 72.951 pacientes assistidos.

Legenda: 7 de Junho de 2021 às 23:29 minutos. À porta do Hospital do Prenda, familiares de pacientes internados passam as noites em condições precárias e humilhantes com receio de perder os familiares. Os mesmos alegam que se não estiver nenhum familiar por perto quando os profissionais de saúde da instituição chamarem por falta de medicamentos ou material, gastável … ninguém se responsabiliza.

Folha 8 com Angop

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